O Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulgou a 16ª edição do Ranking do Saneamento, com base nos dados do SNIS (ano-base 2022), revelando que o Brasil ainda enfrenta grandes deficiências no acesso a serviços básicos de água e esgoto. Atualmente, 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável, enquanto cerca de 90 milhões não contam com coleta de esgoto. Diariamente, mais de 5.200 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza.
Apesar das metas do Marco Legal do Saneamento — que prevê a universalização dos serviços até 2033 —, os avanços têm sido lentos: a coleta de esgoto subiu apenas 0,2 ponto percentual (de 55,8% para 56%) e o tratamento, apenas 1 ponto percentual (de 51,2% para 52,2%).
Entre os 100 maiores municípios do país, três atingiram a universalização e lideram o ranking: Maringá (PR), São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP). Esses municípios apresentaram os melhores indicadores de atendimento total de água e esgoto, além de eficiência operacional.
Os dados também revelam grande disparidade no volume de investimentos: enquanto os 20 melhores municípios investiram, em média, R$ 201,47 por habitante no período de 2018 a 2022, os 20 piores investiram apenas R$ 73,85 por habitante — valor 68% abaixo do necessário, segundo a meta do PLANSAB (R$ 231,09/hab/ano).
Entre as capitais, os piores desempenhos foram registrados nas cidades de Porto Velho (RO), Macapá (AP) e Rio Branco (AC), com indicadores abaixo de 55% para abastecimento de água e inferiores a 10% para coleta de esgoto.
O estudo conclui que, para o Brasil atingir as metas estabelecidas até 2033, será necessário mais do que dobrar os investimentos atuais em saneamento, saltando dos R$ 22 bilhões anuais para aproximadamente R$ 47 bilhões por ano. A universalização, segundo o Instituto, depende de forte coordenação entre entes públicos e privados, com o saneamento tratado como política de Estado.
Fonte: Trata Brasil
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