Um estudo da CNA em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Neiru) revela que a expansão da irrigação agrícola no Brasil está diretamente limitada pela capacidade e qualidade da rede elétrica. O levantamento aponta um atual déficit de aproximadamente 2,5 GW apenas nos 16 principais polos irrigados do país, e projeta que a demanda por energia elétrica nesses locais pode passar de 1 GW (em 2022) para cerca de 5 GW até 2040.
Com 6,95 milhões de hectares hoje irrigados, a estimativa do Atlas da Irrigação da ANA projeta a ampliação para 10 milhões de hectares até 2030, exercendo forte pressão sobre sistemas de distribuição elétrica. O estudo destaca que muitas distribuidoras rurais estão adaptadas para sistemas agrícolas tradicionais, mas não suportam a crescente adoção de tecnologias modernas de irrigação.
Dois indicadores usados pelo estudo reforçam o problema: o Índice de Adensamento Rural (IAR), que mapeia a disponibilidade de rede de média tensão, e o indicador de Energia Não Suprida (ENS), que reflete falhas no fornecimento. Ambos mostram que a infraestrutura elétrica em regiões irrigadas é insuficiente e inconsistente.
Na avaliação da CNA, medidas estratégicas são urgentes: políticas públicas integradas entre setor elétrico e irrigação, investimento em infraestrutura rural, revisão de práticas das distribuidoras e incentivo ao uso de fontes alternativas (como geração solar no campo) capazes de flexibilizar e garantir continuidade do abastecimento.
Fonte: Globo Rural – 10/06/2025
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