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Enterrar tubos é colher progresso: estudo reforça que saneamento é motor de transformação social e econômica

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Investir em saneamento básico é não apenas uma obrigação moral, mas uma das políticas públicas mais eficazes em termos de retorno econômico e social. Um novo estudo do Instituto Trata Brasil, centrado nos benefícios gerados na Bacia do Rio Pinheiros, comprova que as ações de coleta e tratamento de esgoto na Grande São Paulo renderam ganhos econômicos de quase R$ 8 bilhões nas últimas duas décadas.

A ausência de saneamento básico segue como a maior dívida social do Brasil, afetando diretamente a saúde pública, o desempenho educacional e a produtividade. O Censo Escolar de 2023 mostra que 1,2 milhão de crianças frequentam escolas sem acesso à água potável. A falta de infraestrutura adequada sobrecarrega o SUS com doenças de veiculação hídrica, compromete o valor de imóveis, reduz o potencial turístico e perpetua a desigualdade.

Durante décadas, o saneamento ficou refém de monopólios estatais opacos, ineficientes e sem capacidade de investimento. Enquanto setores como telecomunicações e energia se modernizavam com a abertura à iniciativa privada, o Brasil ficou para trás em infraestrutura hídrica, atrás de países como Senegal, Jordânia e Paraguai.

Com o novo Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020, o país estabeleceu a meta de universalização até 2033, exigindo licitações com critérios de capacidade financeira e técnica. Os investimentos anuais projetados — entre R$ 10 e 17 bilhões até 2033 — devem gerar um retorno de R$ 74 bilhões em benefícios diretos e indiretos. O estudo do Trata Brasil mostra que universalizar o acesso até 2040 traria um ganho líquido de R$ 1 trilhão ao país.

A experiência da Bacia do Rio Pinheiros é emblemática: entre 2000 e 2022, houve redução de doenças, valorização imobiliária, aumento do acesso à rede, redução de manchas de poluição nos rios e reocupação de áreas urbanas. 840 mil pessoas passaram a ter acesso regular à coleta de esgoto.

Universalizar o saneamento não é um luxo civilizacional, mas uma política inteligente com retorno certo — e o Brasil não pode mais adiar esse salto.

Fonte: O Estado de S. Paulo (coluna/opinião)

 

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