Apesar do discurso ambiental em alta com a proximidade da COP30, que será sediada em Belém (PA), o Brasil chega a 2025 enfrentando uma realidade alarmante: a Região Norte permanece como a mais excluída do país em saneamento básico. Segundo o SNIS 2024, mais de 15 milhões de nortistas vivem sem coleta de esgoto e 6,5 milhões sem acesso à água tratada — indicadores que colocam a região na lanterna nacional.
Em capitais como Porto Velho, Macapá e Rio Branco, menos de 20% da população tem acesso a rede de esgoto. Mesmo Manaus, que universalizou a distribuição de água, ainda atende apenas 40% da população com coleta e tratamento de esgoto. O esgoto é frequentemente lançado in natura em igarapés e áreas urbanas sem drenagem.
A drenagem urbana, segundo o ISLU 2024, é outro componente crítico negligenciado. A ausência de sistemas adequados amplia riscos climáticos, enchentes, proliferação de doenças e contaminação ambiental. Só em 2024, o Trata Brasil contabilizou 32 mil internações e 228 mortes no Norte por doenças ligadas à falta de saneamento, além de R$ 12 milhões em custos ao SUS.
Com a COP30 à vista, o Brasil corre o risco de expor ao mundo o fracasso da gestão pública interna. A ausência de saneamento básico, especialmente na Amazônia urbana, pode minar o discurso de liderança climática do país.
Fonte: Real Time1 – 09/06/2025
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