O Brasil registrou avanços no acesso à água e à coleta de esgoto entre 2019 e 2023, mas o ritmo ainda é insuficiente para cumprir as metas de universalização previstas até 2033. Segundo estudo da GO Associados, encomendado pelo Instituto Trata Brasil, apenas 83,1% da população tinha água tratada em 2023; pouco mais da metade (55,2%) contava com rede de esgoto; e só 51,8% do volume coletado recebia tratamento.
As disparidades regionais seguem marcantes. Enquanto Sul e Sudeste apresentam índices próximos da universalização, o Norte e o Nordeste concentram os maiores déficits. No Norte, apenas 22,8% da população tem acesso à coleta de esgoto; no Nordeste, esse índice é de 33,7%. O tratamento de esgoto é o indicador mais atrasado: mesmo no Sudeste, região com melhor desempenho, apenas 62,2% do esgoto coletado é tratado — distante da meta de 80% até 2033.
O estudo alerta ainda para contratos irregulares: 363 municípios, com 6,7 milhões de habitantes, estão nessa situação e recebem em média apenas R$ 53 anuais por pessoa em investimentos. Para alcançar a universalização, o país deveria investir R$ 45 bilhões por ano, mas aplicou apenas R$ 25 bilhões no último ano.
As consequências da lentidão no setor são graves. O Brasil despeja diariamente mais de 5.200 piscinas olímpicas de esgoto in natura na natureza. Em 2024, foram registradas 344 mil internações e mais de 11,5 mil mortes por doenças ligadas à falta de saneamento, com impacto maior em crianças e idosos. Além de afetar a saúde, a precariedade do setor compromete a escolaridade e o futuro das populações mais vulneráveis.
Site Barra – 28/08/2025
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